“Dia dos Namorados”
(Luiz Henrique) Não se vê na cidade sequer um bar vazio Há uma infindável fila de carros no vizinho motel A noite trouxe a chuva. E com esta o frio Você aí estagnada, enclausurada em redondel Eu aqui, dentro deste quarto sombrio Tal soldado tirando serviço em um quartel O piscar dos letreiros me desconforta Chama a atençao para certas coisas que não quero ver: A alegria da vida por detrás desta porta E uma, talvez, infundada crença de eu não a merecer Uma impiedosa solidão que à alma corta Como hemorragia de um amor que se permite fenecer Do “nada é por acaso” jamais tive certeza Bem pouco ou nada sei sobre predestinação O fato é que não soubemos manter a chama acesa Um escravo da razão o outro partidário do coração E nos permitimos embarcar nessa correnteza Numa lamentável e insensata marcha de extinção E essa fatídica letargia em que, há tempos, ambos estamos É pelo amor, vida e felicidade que sem perceber desperdiçamos Luiz Henrique Noronha
Enviado por Luiz Henrique Noronha em 08/09/2012
Alterado em 08/09/2012 |