“Contraposta”
(Luiz Henrique) Há uma tristeza inamovível, doída e serena Como se fora dedicatória numa fotografia A que o tempo implacavelmente condena O desbotamento gradual de nobre caligrafia Há uma tristeza que não vem da gente Vem da vida moderna em suas desesperanças Das catástrofes que ceifam vidas de repente E das incertezas quanto ao futuro das crianças Há uma tristeza quase que generalizada Por ter-se perdido no caminho o crivo moral A ética e o senso de humanidade valem nada E seguiremos assim em silenciosa solidão social Há uma tristeza doída pairando nesta noite fria Contraposta por renitente e demencial vocação para a alegria --------------------------------------------------------------------- Luiz Henrique Noronha
Enviado por Luiz Henrique Noronha em 05/04/2011
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