"Fazenda" (Luiz Henrique) A malemolência do pato A galinha ciscando no terreiro O boi amassando o mato Luz da lua ao invés de letreiro. A casa em meio à chapada De um verde de abacateiro A menina de chita estampada Cheirando a água de cheiro Exibindo uma trança amarrada Esperando seu amor primeiro Cintilam asas de passarinho Nos secos galhos do salgueiro Define-se um estreito caminho Das andanças do gado leiteiro. O sino avisa em seus badalos A hora de comer e do recreio Do sal e ração para os cavalos Da liberdade do pastoreio E todo dia é de muito regalo Até o resguardo em cativeiro. Abre-se de manhã a tramela Das baias do voluntário prisioneiro Hora do cabresto e da sela O passarinho já voou do poleiro. Se o canto do galo ecoou E as galinhas saíram do celeiro (Inda que nem sol no céu brilhou) Já começa o dia do fazendeiro. Saber que em vão o dia não passou E ser da vida o condutor - não mero passageiro ---------------------------------------------------------------------- Luiz Henrique Noronha
Enviado por Luiz Henrique Noronha em 21/03/2011
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