Luiz Henrique

Talvez por teimosia ou puro exercício de fé, ainda acredito na natureza humana ...

Textos



"Fêmea"
(Marina Pellizzetti)

Neste corpo nu presente
Como asas de anjo latente
Me vi em botes feito serpente
Veneno de fêmea em dose ardente
Lambendo o sangue que jorra vertente;
de nossos enlaces doces e quentes

Queria apenas rebater as dores
Povoar adubos em matos de coloridas flores
Ver nascer amores
Cessar os olhos mesmo que em um só descanso
E abri-los em festas de jardim insano
Espalhar o engano de fel e mel
Tirando o real , o irreal e o plano

E brincar de respirar profundo
As coisas banais e foscas deste mundo
Simples, complexa, em rotas sem guia
Em viagens de toques em magia
Onde me via e vivia...
Nas rodas gigantes de minha fantasia


Resposta:


"Macho"

(Luiz Henrique)

Quando um corpo nu ostenta
A sensual figura de um anjo alado
O veneno da serpente é água benta
E o bote faz-se doce beijo ao amado

O rebater das mútuas dores:
Uma puída bandeira - difícil hastear
Transformar o sépia da dor em cores
É física quântica para um poeta decifrar

Mais fácil seja talvez
Cessar os olhos em descanso
Enxergar com o tato por uma vida ou um dia

Fazer-se da amada freguês
Aprender a conviver com o pranto
Supor que quase todo amor é ilusão e fantasia


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Foto: google. Autoria desconhecida.

Luiz Henrique Noronha
Enviado por Luiz Henrique Noronha em 13/06/2010
Alterado em 03/07/2010


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