Luiz Henrique

Talvez por teimosia ou puro exercício de fé, ainda acredito na natureza humana ...

Textos




“Seria tão mais simples”
(Glória Salles)

Seria muito mais simples, se eu não perdesse o ar.
E os murmúrios não evidenciassem o estado ávido
Se me fosse indiferente tão dentro do meu o olhar
Onde originou meus sonhos, irrigou o chão árido.

Como ficar apática a este olhar sôfrego e intenso?
Como ser indiferente a compressão do teu abraço?
Se a conivência da saliva mantém o braseiro denso.
E em todos os vãos de mim, são tuas mãos que caço.

Seria tão melhor na fantasia dos versos permanecer
Não mais hospedar lembranças que volta e meia vem
Trazer confissões e deleites, ancorados neste querer.
Ofuscar esta inquietude que me transforma em refém

No ventre, borboletas inquietas querem o vôo perfeito.
Da textura, o calor da pele, minha cabeça em teu peito.



Resposta:


Nada é mais simples que amar ...
(Luiz Henrique)

Teu dizer poético contempla certo açodamento
Inda que pouco te conheça, bem sei da tua crença
O amor e a dor hão de conviver por pouco tempo
Ao contrário, se transforma em nefasta indiferença

Carregamos, cambaleantes, bagagem pesada
Das várias experiências que a vida passar nos fez
Deixemo-la abandonada à beira da errônea estrada
E sigamos leves na direção do amor, mais uma vez

As dúvidas e receios que demonstra ter
São comuns ao que é novo e inusitado
Permita-se riscos - se intenso teu querer
Feche os olhos às assombrações do passado

E se te assusta uma relação tão intensa quanto precoce
Apenas deite corpo e alma em meu peito - e tomo posse



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Luiz Henrique Noronha
Enviado por Luiz Henrique Noronha em 23/12/2009
Alterado em 23/12/2009


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