Luiz Henrique

Talvez por teimosia ou puro exercício de fé, ainda acredito na natureza humana ...

Textos



“Tantas frestas”

(Glória Salles)

A incapacidade das minhas letras mutiladas
Deixam sem querer, expostas tantas feridas.
Um canto repleto de notas tristes despejadas.
Cuja harmonia se foi, em tantas vindas e idas.

E nos recantos dos versos, frestas denunciam.
O esforço contínuo que ainda em mim perdura
De querer novo começo, mas os gritos silenciam.
Limitando a eficácia do que considero armadura

Frestas evidentes me fazem um ser vulnerável.
Aos sutis e astutos ataques do ego inflamado
Que caça o ponto fraco, tentando fazê-lo inábil.
Tentativa vã de ver o muro de arrimo dizimado

Porém se pelas frestas a luz turva meu olhar
Por elas, o norte certeiro me capacita desvendar.



Resposta:

“Abra a porta”

(Luiz Henrique)

Mais que apreciar, comungo com o teu texto
Não sem esforço e dificuldade ouso responder
Talvez essa resposta encubra um real pretexto
Bem mais forte que a razão, meu bem querer

Tua sensibilidade se transporta para o papel
Há muita vida, amor e desejo em teus escritos
A visão que descortinas pelas frestas é fiel
Aos meus pensamentos e poemas proscritos

Os sonhos de recomeço que em ti perduram
Igualmente me permeiam dúvidas em lampejos
Retalhos de amores mal vividos não se costuram
Que os muros de arrimo sucumbam a novos desejos

Rompa a armadura que te impede de além enxergar
Arrisque-se, mas não resista a - mais uma vez - recomeçar ...



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Poesia com registro de autoria.
Foto: Paquetá (LH) internet: http://br.olhares.com/paqueta_foto3274786.html

Luiz Henrique Noronha
Enviado por Luiz Henrique Noronha em 05/12/2009
Alterado em 05/12/2009


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