“Intempestivo Sentimento” (Eritania Brunoro) Que vã não seja essa minha existência, Presa aos ardis inconsequentes da vida. Libertária é minha impregnada essência, Que comunga do singrar dessa partida. Penso em decapitar a minha memória Para que de você ela não mais se recorde, Reinventando, assim, uma honrosa história, E meu coração aflore ao som d'um acorde. Dai-me emplastros p'ra tratar dessa dor, Que dilacera minha carne de forma voraz. De onde verte assim esse vulgo amor, Veemente, ardiloso e de força tenaz? Resposta: “Não me esqueça” (Luiz Henrique) Se me amaste, tão inteira e intensamente Quanto me faz crer pelo teu doído poema Estás criticando - leviana e severamente Tua existência nem de longe foi pequena Não desejo que auto destrua a tua memória Corrompendo neurônios para que enfraqueça Nenhuma experiência em nossa vida é inglória Não me lembre demais, tampouco me esqueça Não te dou todos os emplastros que tenho Somente da metade posso dispor pra doação O outro quinhão para uso próprio retenho Nenhum egoísmo - e sim, por idêntica precisão
Luiz Henrique Noronha
Enviado por Luiz Henrique Noronha em 07/08/2009
Alterado em 07/08/2009 |