"Adeus"
(Eritania Brunoro) Despeço-me dos cursos d'água Nos rios que aqui se vão infindáveis Despeço-me dos meus próprios versos Que já não são mais os mesmos de antes Despeço-me das flores Daquelas que não sinto mais o perfume Despeço-me de tudo e de mim Das alegrias e das tristezas E nessa variável estranheza Despeço-me do mundo, enfim. Resposta: “Poetisa” (Luiz Henrique) Vez por outra tenho a curiosidade e me assalta o espírito uma certa inquietação: Em saber se é por veleidade que ajunta palavras ou é coisa do coração Lê-se tanta verdade Vê-se tanta sabedoria nas dores da tua canção que me custa crer que seja por vaidade escolher tal profissão Ou será, talvez, missão? Vem de longe poetisa acreana por teu intermédio poemas que saram como remédio Da terra de Mendes Jatene, Perez e Passarinho e nos sentimentos dos teus poemas repouso minha alma tomo por ninho Onde andará a brisa de esperança daquela criança que te fez tanto sonhar Se a poesia te persegue noite e dia alimenta e respira é como para o pulmão - ar Não te despeças da tua poesia se o desamor chegar só desilusão restar ela sempre será tua derradeira companhia Contrói lindos versos nos acertos e reversos de tristeza e alegria Faz lindos poemas a duras penas com prazer e euforia Se brota ao acaso se à inspiração dá aso por amor ou por dor não decida sua chegada ou partida te seguirá, vá aonde for O que amas e o que sofres, Eritania pra discorrer tão espontânea suponho um tantão Consolidas no papel do substantivo - motivo do adjetivo - emoção do verbo - a mais intensa ação Talvez por ser mulher saiba melhor fazer o coração perceber Faz-se: destempo sem direção teu vento exessivo sentimento És em metade - toda paixão És no restante - muito pouca razão ...
Luiz Henrique Noronha
Enviado por Luiz Henrique Noronha em 11/07/2009
Alterado em 16/07/2009 |