“Despedida (Eritania Brunoro) Aqui, esperando pela hora da partida, A dor de dentro corrói, mata aos poucos, Esse coração que não tem mais guarida Nas frases e nos teus versos roucos. E de pouco em pouco vou me deixando Ir para um lugar tão desconhecido. Sinto minha dor tamanha me levando Num pranto interminável, envelhecido. Vou seguindo meu caminho já trilhado Pelo destino que se opôs a minha liberdade. Tento não me sentir solitário, ilhado E me despir, nessa hora, de toda vaidade. Desespero, nessa partida, não me convem. Anseio, inquieto, por uma viagem melancólica. Defloro gemidos nos lábios que me vêm E as nuances de poesias tão bucólicas. Resposta: “Sigamos juntos” (Luiz Henrique) Não fiques a esperar a hora da partida Se a dor de quem parte é deveras dilacerante Também a de quem fica e renuncia à ida Faz tanto ou mais o coração petrificante Se descortinas desconhecido o destino Pode ser, talvez, uma paragem em estação de dor As razões do coração não se lastram em tino Mas vai que ao chegar depara um abrigo de amor Mesmo em um caminho já trilhado antes Podem surgir paisagens inovadoras e belas Que sejamos livres - mas sempre amantes Despidos na alma e no corpo, pós tramelas As dúvidas não são exclusivamente tuas, decerto Muitas, igualmente, permeiam o meu pensamento Dissipam se te toco, te abraço e te olho de perto E irrompe o desejo de eternizar esse momento Minha crença, não há como mentir De que ambos devemos seguir adiante É o transbordar do prazer ao sentir Nossos corpos febris de paixão inebriante
Luiz Henrique Noronha
Enviado por Luiz Henrique Noronha em 02/07/2009
Alterado em 16/07/2009 |