“Caridade” (Luiz Henrique) Não meça mais sua vida Pelo tempo utilitário ou produtivo Faça contagem revertida Viva menos verbo, mais adjetivo Dê relevância ao espectro afetivo Se bem conhece a assertiva Quanto a diferença entre o ser e o ter Por que uma bondade contida? Recebe quem dá, não quem busca receber Viver e não se dar, em verdade é não viver Se a vida é cíclica, uma constante Como um círculo, uma corrente, um elo Por que desamparar um semelhante? Inevitável na “Lei do Retorno” o flagelo Sede pois de coração bondoso e singelo Todos os dias surge uma chance De se fazer o bem a quem quer que seja Basta olhar à sua volta de relance É perceptível, impossível que não veja Todos temos sempre algo que nos sobeja Não necessariamente a ajuda Deve se circunscrever ao plano material Como dizia o iluminado Buda A cobiça e o apego são as causas do mal Procure fazer da caridade prática habitual A caridade é uma benção para ambos E em geral nem depende de posses não Uma palavra amiga e ouvidos bambos É o bastante para confortar alguém em aflição E praticar o mais importante ensinamento Cristão
Luiz Henrique Noronha
Enviado por Luiz Henrique Noronha em 27/05/2009
Alterado em 09/07/2009 |